Poemas sobre Lábios de Federico García Lorca

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Poemas de lábios de Federico García Lorca. Leia este e outros poemas de Federico García Lorca em Poetris.

E Eu te Beijava

E eu te beijava
sem me dar conta
de que nĂŁo te dizia:
Oh lábios de cereja!

Que grande romântica
eras!
Bebias vinagre Ă s escondidas
de tua avĂł.
Toda te enfeitaste como um
arbusto de primavera.
E eu estava enamorado
de outra. VĂŞ que pena?
De outra que escrevia
um nome sobre a areia.

Tradução de Oscar Mendes

Cacida da Mulher Estendida

Despida ver-te Ă© recordar a terra.
A terra lisa, limpa de cavalos.
A terra sem um junco, forma pura
ao futuro cerrada: argĂŞntea fĂ­mbria.

Despida ver-te é compreender a ânsia
da chuva que procura débil talhe,
ou a febre do mar de imenso rosto
sem a luz encontrar de sua face.

O sangue soará pelas alcovas
e virá com espada fulgurante,
mas tu não saberás onde se oculta
o coração de sapo ou a violeta.

Teu ventre Ă© uma luta de raĂ­zes,
teus lábios, uma aurora sem contorno,
por sob as rosas tépidas da cama
os mortos gemem esperando vez.

Tradução de Oscar Mendes