Poemas sobre SilĂȘncio de Pedro Homem de Melo

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Poemas de silĂȘncio de Pedro Homem de Melo. Leia este e outros poemas de Pedro Homem de Melo em Poetris.

Os Amigos Infelizes

Andamos nus, apenas revestidos
Da mĂșsica inocente dos sentidos.

Como nuvens ou pĂĄssaros passamos
Entre o arvoredo, sem tocar nos ramos.

No entanto, em nĂłs, o canto Ă© quase mudo.
Nada pedimos. Recusamos tudo.

Nunca para vingar as prĂłprias dores
Tiramos sangue ao mundo ou vida Ă s flores.

E a noite chega! Ao longe, morre o dia…
A PĂĄtria Ă© o CĂ©u. E o CĂ©u, a Poesia…

E hĂĄ mĂŁos que vĂȘm poisar em nossos ombros
E somos o silĂȘncio dos escombros.

Ó meus irmãos! em todos os países,
Rezai pelos amigos infelizes!

Canção à Ausente

Para te amar ensaiei os meus lĂĄbios…
Deixei de pronunciar palavras duras.
Para te amar ensaiei os meus lĂĄbios!

Para tocar-te ensaiei os meus dedos…
Banhei-os na ĂĄgua lĂ­mpida das fontes.
Para tocar-te ensaiei os meus dedos!

Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!
Pus-me a escutar as vozes do silĂȘncio…
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!

E a vida foi passando, foi passando…
E, à força de esperar a tua vinda,
De cada braço fiz mudo cipreste.

A vida foi passando, foi passando…
E nunca mais vieste!