Aos Filhos
J谩 nada nos pertence,
nem a nossa mis茅ria.
O que vos deixaremos
a v贸s o roubaremos.Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa pr贸pria morte!
Agora como morreremos?Estes s茫o tempos de
que n茫o ficar谩 mem贸ria,
alguma gl贸ria ter铆amos
f么ssemos ao menos infames.Compr谩mos e n茫o pag谩mos,
falt谩mos a encontros:
nem sequer quando err谩mos
fizemos grande coisa!
Poemas sobre Tempo de Manuel Ant贸nio Pina
3 resultadosEsplanada
Naquele tempo falavas muito de perfei莽茫o,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discuss茫o,agora l锚s saramagos & coisas assim
e eu j谩 n茫o fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
at茅 um s铆tio escuro dentro de mim.O caf茅 agora 茅 um banco, tu professora do liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas s茫o coisas 煤teis, andantes,
e n茫o caminhos por andar como dantes.
A um Homem do Passado
Estes s茫o os tempos futuros que temia
o teu cora莽茫o que mirrou sob pedras,
que podes recear agora t茫o fundo,
onde n茫o chegam as afli莽玫es nem as palavras duras?Desceste em andamento; afinal era
tudo t茫o inevit谩vel como o resto.
Viraste-te para o outro lado e sumiram-se
da tua vista os bons e os maus momentos.Tu ainda tinhas essa porta 脿 m茫o.
(Aposto que a passaste com uma v茅nia desdenhosa.)
Agora j谩 n茫o 茅 poss铆vel morrer ou,
pelo menos, j谩 n茫o chega fechar os olhos.