Poemas sobre Terra de Walt Whitman

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Poemas de terra de Walt Whitman. Leia este e outros poemas de Walt Whitman em Poetris.

Esta Ă© a Forma FĂŞmea

Esta Ă© a forma fĂŞmea:
dos pés à cabeça dela exala um halo divino,
ela atrai com ardente
e irrecusável poder de atração,
eu me sinto sugado pelo seu respirar
como se eu nĂŁo fosse mais
que um indefeso vapor
e, a não ser ela e eu, tudo se põe de lado
— artes, letras, tempos, religiões,
o que na terra Ă© sĂłlido e visĂ­vel,
e o que do céu se esperava
e do inferno se temia,
tudo termina:
estranhos filamentos e renovos
incontroláveis vêm à tona dela,
e a acção correspondente
é igualmente incontrolável;
cabelos, peitos, quadris,
curvas de pernas, displicentes mĂŁos caindo
todas difusas, e as minhas também difusas,
maré de influxo e influxo de maré,
carne de amor a inturgescer de dor
deliciosamente,
inesgotáveis jactos límpidos de amor
quentes e enormes, trémula geléia
de amor, alucinado
sopro e sumo em delĂ­rio;
noite de amor de noivo
certa e maciamente laborando
no amanhecer prostrado,
a ondular para o presto e proveitoso dia,
perdida na separação do dia
de carne doce e envolvente.

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Pensamentos

Da propriedade — como se alguém
apto a possuir coisas nĂŁo pudesse
entrar na posse delas Ă  vontade
e incorporá-las, a ele ou a ela;
da vista — pressupõe um olhar para trás,
atravessando o caos em formação
a imaginar a evolução, a plenitude, a vida
a que se chega na jornada agora
(eu porém vejo a estrada continuando,
e a jornada sempre a continuar);
do que uma vez faltava sobre a terra
e que a seu tempo foi propiciado
— e do que ainda está por ser propiciado,
pois tudo o que eu vejo e sei
creio ter seu sentido mais profundo
no que ainda está por ser propiciado.

Do Inquieto Oceano da MultidĂŁo

Do inquieto oceano da multidĂŁo
veio a mim uma gota gentilmente
suspirando:

— Eu te amo, há longo tempo
fiz uma extensa caminhada apenas
para te olhar, tocar-te,
pois nĂŁo podia morrer
sem te olhar uma vez antes,
com o meu temor de perder-te depois.

— Agora nos encontramos e olhamos,
estamos salvos,
retorna em paz ao oceano, meu amor,
também sou parte do oceano, meu amor,
nĂŁo estamos assim tĂŁo separados,
olha a imensa curvatura,
a coesĂŁo de tudo tĂŁo perfeito!
Quanto a mim e a ti,
separa-nos o mar irresistĂ­vel
levando-nos algum tempo afastados,
embora nĂŁo possa afastar-nos sempre:
não fiques impaciente — um breve espaço
e fica certa de que eu saĂşdo o ar,
a terra e o oceano,
todos os dias ao pĂ´r-do-sol
por tua amada causa, meu amor.

Ă“ HĂŤMEN! Ă“ HIMENEU!

O hĂ­men! O himeneu!
Por que, me atormentas assim?
Por que, me provocas sĂł
durante um breve momento?
Por que Ă© que nĂŁo continuas?
Por que, perdes logo a força?

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A Base de Toda a MetafĂ­sica

E agora, cavalheiros, eu vos deixo
uma palavra
que fique nas vossas mentes
e nas vossas memĂłrias
como princípio e também como fim
de toda a metafĂ­sica.

(Tal qual o professor aos estudantes
ao encerrar o seu curso repleto.)

Tendo estudado antigos e modernos,
sistemas dos gregos e dos germânicos,
tendo estudado e situado Kant,
Fichte, Schelling e Hegel,
situado a doutrina de PlatĂŁo,
e SĂłcrates superior a PlatĂŁo,
e outros ainda superiores a SĂłcrates
buscando pesquisar e situar,
tendo estudado bastante o divino Cristo,
eu vejo hoje reminiscĂŞncias daqueles
sistemas grego e germânico,
deparo todas as filosofias,
templos e dogmas cristĂŁos encontro,
e mesmo sem chegar a SĂłcrates eu vejo
com absoluta clareza,
e sem chegar até o divino Cristo,
eu vejo
o puro amor do homem por seu camarada,
a atração de um amigo pelo amigo,
de uma mulher pelo marido e vice-versa
quando bem conjugados,
de filhos pelos pais, de uma cidade
por outra, de uma terra
por outra.