O SilĂȘncio
Peço apenas o teu silĂȘncio,
como uma criança pede uma flor
ou um velho pedinte um bocado de pĂŁo.
Um silĂȘncio
onde a tua alma se embrulha, friorenta,
trémula, à aproximação das invernias.
Um silĂȘncio com ressonĂąncias de antigas primaveras,
de outonos descoloridos
e da chuva a cair no negrume da noite.– VĂĄ, motorista de tĂĄxi,
transporta-me
através das ruas da cidade inextricåvel,
vertiginosamente,
buzinando, buzinando,
abafando o ruĂdo de um outro silĂȘncio!
Poemas sobre Velhos de SaĂșl Dias
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Poeta
– Poeta errante,
de olhar vago e distante
e azul,
o teu perfil singular
recorta-se angular
ao norte e ao sul.– Os teus fatos coçados
bate-os o vento
e leva-os aos bocados…E os sapatos gastos
pedem grandes repastos,
abrem bocas, esfomeados.(Nos bolsos, imagino
asas de borboletas,
molhos de folhas secas,
poeiras e papĂ©is…)– Poeta errante,
caem por terra os livros e a estante,
e as torres esguias das igrejas,
e as paredes velhas dos bordĂ©is!…– Poeta errante,
vamos dormir na sombra dos vergĂ©is!…