NĆ£o Sei o que Ha de Vago

NĆ£o sei o que ha de vago,
Incoercivel, puro,
No vƓo em que divago
Ɓ tua busca, amor!
No vƓo em que procuro
O balsamo, o aroma,
Que, se uma fĆ³rma toma,
Ɖ de impalpavel flĆ“r!

Oh como te eu aspiro
Na ventania agreste!
Oh como te eu admiro
Nas solidƵes do mar!
Quando o azul celeste
DescanƧa n’essas agoas
Bem como n’estas magoas
DescanƧa o teu olhar!

Que placida harmonia
EntĆ£o a pouco e pouco
Me eleva a fantasia
A novas regiƵes!
Dando-me ao uivo rouco
Do mar, n’essas cavernas,
O timbre das mais ternas
E pias oraƧƵes!

Parece todo o mundo
SĆ³ um immenso templo!
O mar jĆ” nĆ£o tem fundo
E nĆ£o tem fundo o cĆ©o!
E, em tudo, o que contemplo,
O que diviso em tudo,
Ɖs tu!… esse olhar mudo!…
O mundo… Ć©s tu… e eu!…