DĂłi Viver, Nada Sou Que Valha Ser.

DĂłi viver, nada sou que valha ser.
Tardo-me porque penso e tudo rui.
Tento saber, porque tentar Ă© ser.
Longe de isto ser tudo, tudo flui.

MĂĄgoa que, indiferente, faz viver.
NĂ©voa que, diferente, em tudo influi.
O exĂ­lio nado do que fui sequer
Ilude, fixa, dĂĄ, faz ou possui.

Assim, noturno, a ĂĄrias indecisas,
O prelĂșdio perdido traz Ă  mente
O que das ilhas mortas foi sĂł brisas,

E o que a memĂłria anĂĄloga dedica
Ao sonho, e onde, lua na corrente,
NĂŁo passa o sonho e a ĂĄgua inĂștil fica.