Auto-Retrato

Poeta Ă© certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesĂŁo na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.

Cozido Ă  portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.

Nos olhos uma folha de hortelĂŁ
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.

Poeta de combate disparate
palavrĂŁo de machĂŁo no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.