Soneto Da Mulher InĂștil
De tanta graça e de leveza tanta
Que quando sobre mim, como a teu jeito
Eu tĂŁo de leve sinto-te no peito
Que o meu prĂłprio suspiro te levanta.To contra quem me esbato liquefeito
Rocha branca! brancura que me espanta
Brancos seios azuis, nĂvea garganta
Branco pĂĄssaro fiel com que me deito.Mulher inĂștil, quando nas noturnas
CelebraçÔes, nĂĄufrago em teus delĂrios
Tenho-te toda, branca, envolta em brumasSĂŁo teus seios tĂŁo tristes como urnas
SĂŁo teus braços tĂŁo finos como lĂrios
Ă teu corpo tĂŁo leve como plumas.
Sonetos sobre InĂșteis de Vinicius de Moraes
2 resultados Sonetos de inĂșteis de Vinicius de Moraes. Leia este e outros sonetos de Vinicius de Moraes em Poetris.
Soneto De Agosto
Tu me levaste eu fui… Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estĂĄvamos unidos
NĂłs que andĂĄvamos sempre separados.Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.SĂł assim arrancara a linha inĂștil
Da tua eterna tĂșnica inconsĂștil…
E para a glĂłria do teu ser mais francoQuisera que te vissem como eu via
Depois, Ă luz da lĂąmpada macia
O pĂșbis negro sobre o corpo branco.