Gonçalves Crespo
Esta musa da pátria, esta saudosa
Niobe dolorida,
Esquece acaso a vida,
Mas não esquece a morte gloriosa.E pálida, e chorosa,
Ao Tejo voa, onde no chĂŁo caĂda
Jaz aquela evadida
Lira da nossa América viçosa.Com ela torna, e, dividindo os ares,
Trépido, mole, doce movimento
Sente nas frouxas cordas singulares.NĂŁo Ă© a asa do vento,
Mas a sombra do filho, no momento
De entrar perpetuamente os pátrios lares.
Sonetos sobre Lar de Machado de Assis
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Dai À Obra De Marta Um Pouco De Maria
Dai Ă obra de Marta um pouco de Maria,
Dai um beijo de sol ao descuidado arbusto;
Vereis neste florir o tronco ereto e adusto,
E mais gosto achareis naquela e mais valia.A doce mĂŁe nĂŁo perde o seu papel augusto,
Nem o lar conjugal a perfeita harmonia.
ViverĂŁo dous aonde um atĂ© ‘qui vivia,
E o trabalho haverá menos difĂcil custo.Urge a vida encarar sem a mole apatia,
Ă“ mulher! Urge pĂ´r no gracioso busto,
Sob o tépido seio, um coração robusto.Nem erma escuridão, nem mal-aceso dia.
Basta um jorro de sol ao descuidado arbusto,
Basta Ă obra de Marta um pouco de Maria.