Sonetos sobre Luz de William Shakespeare

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Sonetos de luz de William Shakespeare. Leia este e outros sonetos de William Shakespeare em Poetris.

Sem um Filho te ApagarĂĄs no Poente

A luz real ergueu-se a oriente
com a coroa de fogo na cabeça:
e o nosso olhar, vassalo obediente,
ajoelha ante a visão que recomeça.

Enquanto sobe, Sua Majestade,
a colina do céu a passos de oiro,
adoramos-lhe a adulta mocidade
que fulge com as chamas dum tesoiro.

Mas quando o carro fatigado alcança
o cume e se despenha pela tarde,
desviamos os olhos jå sem esperança:

no crepĂșsculo estĂ©ril nada arde.
Assim tu, meio dia ainda ardente,
sem um filho te apagarĂĄs no poente.

Tradução de Carlos de Oliveira

Meus Olhos VĂȘem Melhor se os Vou Fechando

Meus olhos vĂȘem melhor se os vou fechando.
Viram coisas de dia e foi em vĂŁo,
mas quando durmo, em sonhos te fitando,
sĂŁo escura luz que luz na escuridĂŁo.

Tu cuja sombra faz a sombra clara,
como em forma de sombras assombravas
ledo o claro dia em luz mais rara,
se em sombra a olhos sem visĂŁo brilhavas!

Que benção a meus olhos fora feita
vendo-te Ă  viva luz do dia bem,
se a tua sombra em trevas imperfeita

a olhos sem visĂŁo no sono vem!
Vejo os dias quais noites nĂŁo te vendo,
e as noites dias claros sonhos tendo.