Sonetos sobre Marinheiros de Luís de Camões

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Sonetos de marinheiros de Luís de Camões. Leia este e outros sonetos de Luís de Camões em Poetris.

Como Quando Do Mar Tempestuoso

Como quando do mar tempestuoso
o marinheiro, lasso e trabalhado,
d’um naufrágio cruel já salvo a nado,
sĂł ouvir falar nele o faz medroso;

e jura que em que veja bonançoso
o violento mar, e sossegado
não entre nele mais, mas vai, forçado
pelo muito interesse cobiçoso;

Assi, Senhora eu, que da tormenta,
de vossa vista fujo, por salvar me,
jurando de nĂŁo mais em outra ver me;

minh’alma que de vĂłs nunca se ausenta,
dá me por preço ver vos, faz tornar me
donde fugi tĂŁo perto de perder me.

Jurando de nĂŁo Mais em Outra Ver-me

Como quando do mar tempestuoso
O marinheiro todo trabalhado,
De um naufrágio cruel saindo a nado,
Só de ouvir falar nele está medroso;

Firme jura que o vê-lo bonançoso
Do seu lar o nĂŁo tire sossegado;
Mas esquecido já do horror passado,
Dele a fiar se torna cobiçoso;

Assi, Senhora, eu que da tormenta
De vossa vista fujo, por salvar-me,
Jurando de nĂŁo mais em outra ver-me;

Com a alma que de vĂłs nunca se ausenta,
Me torno, por cobiça de ganhar-me,
Onde estive tĂŁo perto de perder-me.