Soneto Sentimental À Cidade De São Paulo
Ă“ cidade tĂŁo lĂrica e tĂŁo fria!
Mercenária, que importa – basta! – importa
Que Ă noite, quando te repousas morta
Lenta e cruel te envolve uma agoniaNão te amo à luz plácida do dia
Amo-te quando a neblina te transporta
Nesse momento, amante, abres-me a porta
E eu te possuo nua e frĂgida.Sinto como a tua Ăris fosforeja
Entre um poema, um riso e uma cerveja
E que mal há se o lar onde se esperaTraz saudade de alguma Baviera
Se a poesia Ă© tua, e em cada mesa
Há um pecador morrendo de beleza?
Sonetos sobre Mesas de Vinicius de Moraes
2 resultados Sonetos de mesas de Vinicius de Moraes. Leia este e outros sonetos de Vinicius de Moraes em Poetris.
Soneto De Um Casamento
Na sala de luz lĂvida, sorriam
Sombras imĂłveis; e outras lacrimosas
Perseguiam lembranças dolorosas
Na exaltação das flores que morriam.Em vácuos de perfume, descaĂam
Diáfanos, de diáfanas mãos piedosas
Fátuos sons de brilhantes que fremiam
Entre a crepitação lenta das rosas.Nas taças cheias acendiam cĂrios
Votivos, e entre as taças e o lĂrios
Vozes veladas, nessa mesa postaVelavam… enquanto plácida e perdida
Irreal e longĂnqua como a vida
Toda de branco perpassava a Morta.