DantĂŁo
Parece-me que o vejo iluminado.
Erguendo delirante a grande fronte
– De um povo inteiro o fĂşlgido horizonte
Cheio de luz, de idĂ©ias constelado!De seu crânio vulcĂŁo – a rubra lava
Foi que gerou essa sublime aurora
– Noventa e trĂŞs – e a levantou sonora
Na fronte audaz da populaça brava!Olhando para a histĂłria – um sĂ©culo e a lente
Que mostra-me o seu crânio resplandente
Do passado atravĂ©s o vĂ©u profundo…Há muito que tombou, mas inquebrável
De sua voz o eco formidável
Estruge ainda na razĂŁo do mundo!
Sonetos sobre Noventa de Euclides da Cunha
2 resultados Sonetos de noventa de Euclides da Cunha. Leia este e outros sonetos de Euclides da Cunha em Poetris.
Robespierre
Alma inquebrável – bravo sonhador
De um fim brilhante, de um poder ingente,
De seu cérebro audaz, a luz ardente
É que gerava a treva do Terror!Embuçado num lĂvido fulgor
Su’alma colossal, cruel, potente,
Rompe as idades, lĂşgubre, tremente,
Cheia de glĂłrias, maldições e dor!Há muito que, soberba, ess’alma ardida
Afogou-se cruenta e destemida
– Num dilĂşvio de luz: Noventa e trĂŞs…Há muito já que emudeceu na histĂłria
Mas ainda hoje a sua atroz memĂłria
É o pesadelo mais cruel dos reis!…