Sonetos sobre Profundos de Euclides da Cunha

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Sonetos de profundos de Euclides da Cunha. Leia este e outros sonetos de Euclides da Cunha em Poetris.

DantĂŁo

Parece-me que o vejo iluminado.
Erguendo delirante a grande fronte
– De um povo inteiro o fĂşlgido horizonte
Cheio de luz, de idéias constelado!

De seu crânio vulcĂŁo – a rubra lava
Foi que gerou essa sublime aurora
– Noventa e trĂŞs – e a levantou sonora
Na fronte audaz da populaça brava!

Olhando para a histĂłria – um sĂ©culo e a lente
Que mostra-me o seu crânio resplandente
Do passado atravĂ©s o vĂ©u profundo…

Há muito que tombou, mas inquebrável
De sua voz o eco formidável
Estruge ainda na razĂŁo do mundo!

Comparação

“Eu sou fraca e pequena…”
Tu me disseste um dia.
E em teu lábio sorria
Uma dor tĂŁo serena,

Que em mim se refletia
Amargamente amena,
A encantadora pena
Que em teus olhos fulgia.

Mas esta mágoa, o tê-la
É um engano profundo.
Faze por esquecĂŞ-la:

Dos céus azuis ao fundo
É bem pequena a estrela… e
E no entretanto – Ă© um mundo!

Stella

A SebastiĂŁo Alves

“Eu sou fraca e pequena…”
Tu me disseste um dia,
E em teu lábio sorria
Uma dor tĂŁo serena,

Que a tua doce pena
Em mim se refletia
– Profundamente fria,
– Amargamente amena!.

Mas essa mágoa, Stella,
De golpe tĂŁo profundo,
Faz tu por esquece-la –

Das vastidões no fundo
– É bem pequena a estrela –
– No entanto – a estrela Ă© um mundo!…