Um Soneto
A vez primeira que eu te vi, em meio
Das harmonias de uma valsa, elado
O lĂĄbio trĂȘmulo, esplĂȘndido, rosado,
Num riso, um riso de alvoradas cheio.Cheio de febres, em febril anseio
O meu olhar fervente, desvairado
Como um condor de flamas emplumado
Vingou-se a espĂĄdua e devorou-te o seio.Depois, delĂrio atroz, loucura imensa!
A alma, o bem, a consciĂȘncia, a crença
Lancei no incĂȘndio dos olhares teus…Hoje estou pronto Ă lĂvida jornada
Da descrença sem luz, da dor do nada…
JĂĄ disse ontem Ă noite, adeus, a Deus!
Sonetos sobre Ontem de Euclides da Cunha
2 resultados Sonetos de ontem de Euclides da Cunha. Leia este e outros sonetos de Euclides da Cunha em Poetris.
Rimas
Ontem – quando, soberba, escarnecias
Dessa minha paixĂŁo – louca – suprema
E no teu lĂĄbio, essa rĂłsea algema,
A minha vida – gĂ©lida – prendias…Eu meditava em loucas utopias,
Tentava resolver grave problema…
Como engastar tua alma num poema?
E eu nĂŁo chorava quando tu te rias…Hoje, que vivo desse amor ansioso
E Ă©s minha – Ă©s minha, extraordinĂĄria sorte,
Hoje eu sou triste sendo tĂŁo ditoso!E tremo e choro – pressentindo – forte,
Vibrar, dentro em meu peito, fervoroso,
Esse excesso de vida – que Ă© a morte…