Desengano
A pensionista pálida que gosta
(Fundada pretensĂŁo!) que a digam bela,
E do colégio, à tarde, na janela,
Para dar-me um sorriso se recosta;Que me escreve nas férias, de Bemposta,
Aonde vai visitar a parentela,
Pedindo-me que não me esqueça dela
E dando-me uns beijinhos…, pela posta;Essa ninfa gentil dos olhos pretos,
Essa beleza de anjo… oh, sorte varia;
Vergonha eterna para os meus bisnetos!Com um pançudo burguês, uma alimária
Que nĂŁo a sabe amar, nem faz sonetos,
Vai casar-se amanhã na Candelária.
Sonetos sobre Sorte de Artur de Azevedo
2 resultados Sonetos de sorte de Artur de Azevedo. Leia este e outros sonetos de Artur de Azevedo em Poetris.
De Martins Pena Foi Bem Triste A Sorte
De Martins Pena foi bem triste a sorte:
Moço, bem moço, quando o seu talento
Desabrochava n’um deslumbramento,
Caiu, ferido pela mĂŁo da morte!Era, entretanto, um lutador, um forte,
E, como nĂŁo merece o esquecimento,
Que a nossa festa, ao menos um momento,
O seu risonho espĂrito conforte.Quem o amou e o leu em vĂŁo procura
O seu nome na placa de uma esquina
Ou sobre a pedra de uma sepultura!Porém, voltando à brasileira cena,
Há de brilhar a estrela peregrina
Que se chamou Luiz Carlos Martins Pena!