Sonetos sobre Tempo de Ant贸nio Gomes Leal

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Sonetos de tempo de Ant贸nio Gomes Leal. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Gomes Leal em Poetris.

Carta 脿s Estrellas

Ninguem soletra mais vossos mysterios
Grandes letras da Noute! sem cessar…
脫 tecidos de luz! rios ethereos,
Olhos azues que amolleceis o Mar!…

O que fazeis dispersas pelo ar?!…
E ha que tempos ha j谩, fogos siderios,
Que ides assim como uns brand玫es funereos
Que levaes o Deus Padre a sepultar?!

Ha que tempos, dizei! – Ha muitos annos?…
E, com tudo, astros santos, deshumanos,
A vossa luz 茅 sempre clara e egual!

Ha muito, que sois bons, castos, brilhantes!…
– Mas, tambem… 贸 crueis! sempre distantes…
Como dos nossos bra莽os o Ideal!

O Doente Rom芒ntico

Eu sei que morrerei, discreta amante,
Antes do inverno vir; mas, lentamente,
Quero morrer 谩 tua luz radiante,
Como os t铆sicos 谩 luz do sol poente!

Sou rom芒ntico assim! O tempo ardente
Das chimeras vai longe! V茫o, constante,
Morrerei crendo em ti… e o azul distante
Olhando como um s谩bio ou um doente!…

– Mas, eu n茫o preso a tarde ensanguentada…
Nem o rumor do Sol! – quero a calada
Noute brumosa junto do Oceano…

E assim, sem ai nem dor, entre a neblina,
Morrer-me, como morre a balsamina,
– E ouvindo, em sonho, os ais do teu piano.