Sonetos sobre Fogo de Ant贸nio Gomes Leal

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Sonetos de fogo de Ant贸nio Gomes Leal. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Gomes Leal em Poetris.

Carta 脿s Estrellas

Ninguem soletra mais vossos mysterios
Grandes letras da Noute! sem cessar…
脫 tecidos de luz! rios ethereos,
Olhos azues que amolleceis o Mar!…

O que fazeis dispersas pelo ar?!…
E ha que tempos ha j谩, fogos siderios,
Que ides assim como uns brand玫es funereos
Que levaes o Deus Padre a sepultar?!

Ha que tempos, dizei! – Ha muitos annos?…
E, com tudo, astros santos, deshumanos,
A vossa luz 茅 sempre clara e egual!

Ha muito, que sois bons, castos, brilhantes!…
– Mas, tambem… 贸 crueis! sempre distantes…
Como dos nossos bra莽os o Ideal!

Na Rua

Veijo-a sempre passar s茅ria, constante,
– 脌s vezes, inclinada na janella, –
Tranquilla, fria, e pallido o semblante,
Como uma santa triste de capella.

Seu riso sem callor como o brilhante
No nosso labio o proprio riso gella,
E ella nasceu para chorar diante
D’um Christo n’uma estreita e escura cella.

Seu olhar virginal como as crian莽as
Jamais disse do amor as cousas mansas;
Jamais vergou da For莽a ao choque rude.

Abrasa-a um fogo divinal secreto! –
eu sinto, mal a avisto, ao seu aspecto,
O brio intenso e negro da Virtude.