Uma atividade sem limites acaba em bancarrota.
Passagens de Johann Wolfgang von Goethe
478 resultadosGosto daquele que sonha o impossível.
Quando te falta uma ideia, não a substituas por palavras.
A Taça
Uma taça cheia, bem lavrada,
Segurava e apertava nas mãos ambas,
Ávido sorvia do seu bordo doce vinho
Para, a um tempo, afogar mágoa e cuidado.Entrou o Amor e achou-me sentado,
E sorriu discreto e sábio,
Como que lamentando o insensato:«Amigo, eu conheço um vaso inda mais belo,
Digno de nele mergulhar a alma toda;
Que prometes, se eu to conceder
E to encher de outro néctar?»E com que amizade ele cumpriu a palavra!
Pois ele, Lida, com suave vénia
Te concedeu a mim, há tanto desejoso.Quando estreito o teu amado corpo
E provo dos teus lábios fidelíssimos
O bálsamo de amor longo tempo guardado,
Feliz digo eu então ao meu espírito:Não, um vaso tal, a não ser o Amor,
Nenhum deus o formou ou possuiu!
Formas assim não as forja Vulcano
Cos martelos finos e sensíveis!
Pode Lieu em frondosos outeiros
P’los seus faunos mais velhos e sagazes
Fazer pisar as uvas escolhidas
E ele mesmo presidir ao fermentar secreto:
Bebida assim não há desvelo que lha dê!
A Verdade e o Erro
A verdade contradiz a nossa natureza; o erro não. A razão disso é simples: a verdade impõe-nos o dever de reconhecer a nossa limitação, ao passo que o erro nos lisonjeia dando-nos a entender que, de uma forma ou de outra, não estamos sujeitos a limites.
Qualquer pessoa gosta do falso, do absurdo, pois ele opera pela insinuação. Mas não do verdadeiro, do que é sólido, já que este opera pela exclusão.
Para os fracos é quase sempre mais cómodo o falso, o erro.
O que é verdadeiro estimula. Nada se pode desenvolver com base no erro, porque o erro limita-se a envolver-nos no erro.
É muito mais fácil verificar o erro do que encontrar a verdade. O erro está à superfície, e com isso podemos nós bem. A verdade repousa nas profundidades, e não é qualquer um que se pode lançar à investigação nessas regiões.
O ritmo tem algo mágico; chega a fazer-nos acreditar que o sublime nos pertence.
A natureza humana é limitada, ela suporta a alegria, a tristeza, a dor… até certo ponto, se o ultrapassa ela irá sucumbir.
Só sabemos com exatidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida.
A felicidade mais elevada é aquela que corrige os nossos defeitos e equilibra as nossas debilidades.
Em Ramos Tufados, Cheios…
Eram ramos tufados, cheios,
Olha, minha Amada, vê!
Deixa que te mostre os frutos
Dentro dos ouriços verdes.Redondos, há muito pendem,
Calmos, fechados em si,
E um ramo a baloiçar
Os embala paciente.Mas de dentro amadurece
E incha o fruto castanho;
Gostava de vir pra o ar
E de poder ver o sol.A casca rebenta, e cai
Alegre pra o chão o fruto;
Tais minhas canções aos montes
Te vão cair no regaço.Tradução de Paulo Quintela
Quem não beija é como um morto.
O homem tem de se esforçar e, ao fazê-lo, tem de errar.
A beleza é indivisível. Quem chega a possuí-la prefere, em lugar de repartí-la, aniquilá-la.
Pensar é fácil. Agir é difícil. Agir de acordo com o que se pensa, é de todas a maior dificuldade.
Do que vale olhar sem ver?
A lei é poderosa, porém mais poderosa é a necessidade.
Somos moldados e guiados pelo que amamos.
O dever: gostar daquilo que prescrevemos a nós próprios.
Meto-me dentro de mim mesmo e acho aí um mundo!
Tudo o que liberta o nosso espírito sem nos dar o controle de nós próprios é prejudicial.