Poemas sobre Braços de Fernanda de Castro

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Poemas de braços de Fernanda de Castro. Leia este e outros poemas de Fernanda de Castro em Poetris.

SilĂȘncio, Nostalgia…

SilĂȘncio, nostalgia…
Hora morta, desfolhada,
sem dor, sem alegria,
pelo tempo abandonada.

Luz de Outono, fria, fria…
Hora inĂștil e sombria
de abandono.
Não sei se é tédio, sono,
silĂȘncio ou nostalgia.

InterminĂĄvel dia
de indizíveis cansaços,
de funda melancolia.
Sem rumo para os meus passos,
para que servem meus braços,
nesta hora fria, fria?

NĂŁo Fora o Mar!

NĂŁo fora o mar,
e eu seria feliz na minha rua,
neste primeiro andar da minha casa
a ver, de dia, o sol, de noite a lua,
calada, quieta, sem um golpe de asa.

NĂŁo fora o mar,
e seriam contados os meus passos,
tantos para viver, para morrer,
tantos os movimentos dos meus braços,
pequena angĂșstia, pequeno prazer.

NĂŁo fora o mar,
e os seus sonhos seriam sem violĂȘncia
como irisadas bolas de sabĂŁo,
efĂ©mero cristal, branca aparĂȘncia,
e o resto — pingos de água em minha mão.

NĂŁo fora o mar,
e este cruel desejo de aventura
seria vaga mĂșsica ao sol pĂŽr
nem sequer brasa viva, queimadura,
pouco mais que o perfume duma flor.

NĂŁo fora o mar
e o longo apelo, o canto da sereia,
apenas ilusĂŁo, miragem,
breve canção, passo breve na areia,
desejo balbuciante de viagem.

NĂŁo fora o mar
e, resignada, em vez de olhar os astros
tudo o que Ă© alto, inacessĂ­vel, fundo,
cimos, castelos, torres, nuvens, mastros,
iria de olhos baixos pelo mundo.

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