Poemas sobre InĂșteis de Fernanda de Castro

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Poemas de inĂșteis de Fernanda de Castro. Leia este e outros poemas de Fernanda de Castro em Poetris.

SilĂȘncio, Nostalgia…

SilĂȘncio, nostalgia…
Hora morta, desfolhada,
sem dor, sem alegria,
pelo tempo abandonada.

Luz de Outono, fria, fria…
Hora inĂștil e sombria
de abandono.
Não sei se é tédio, sono,
silĂȘncio ou nostalgia.

InterminĂĄvel dia
de indizíveis cansaços,
de funda melancolia.
Sem rumo para os meus passos,
para que servem meus braços,
nesta hora fria, fria?

Se Tudo quanto Existe…

Se tudo quanto existe
é lenta evolução,
longa transformação
sem Deus e sem mistério;
se tudo no Universo tem sentido
sem o sopro divino;
se o segredo da vida, a criação,
se explica pela ciĂȘncia,
e a corrente vital
Ă© tambĂ©m consequĂȘncia;
se a humana consciĂȘncia
Ă© simples equação…
— que significa a vocação do eterno,
que quer dizer a aspiração do Céu
e o terror do inferno?

E se acaso Ă© o instinto a lei da vida,
se a verdade
Ă© sĂł necessidade
inexorĂĄvel, lenta, laboriosa,

que såbia explicação
tem esta frĂĄgil, esta inĂștil rosa?