Poemas sobre Cortejos de Ant贸nio Gomes Leal

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Aos Vencedores

Visto que tudo passa e as 茅picas memorias
Dos fortes, dos heroes, se v茫o cada vez mais,
Que tudo 茅 luto e p贸! 贸 v贸s que triumphaes
N茫o turbeis a raz茫o nos vinhos das v茫as glorias!

N茫o ergais alto a ta莽a, 谩 hora dos gemidos,
Esquecidos talvez nos gosos, nos regallos;
E n茫o fa莽aes j谩mais pastar vossos cavallos
Na herva que cobrir os ossos dos vencidos!

N茫o celebreis j谩mais as festas dos noivados,
N茫o encontreis na volta os lugubres cortejos!
– E se amardes, olhae que ao som dos vossos beijos
N茫o respondam da pra莽a os ais dos fusilados!

Sim! – se venceste emfim, folgae todas as horas,
Mas deixae lastimar-se os orph茫os, as amantes,
Nem fa莽aes, junto a n贸s, altivos, triumphantes,
Pelas ruas demais tinir vossas esporas!

Pois toda a gloria 茅 p贸! toda a fortuna v茫! –
– E n贸s lassos emfim dos prantos dolorosos,
Reg谩mos j谩 demais a terra–贸 gloriosos
Vencedores! talvez, – vencidos d’amanh茫!

Tristissima

N’um paiz longe, secreto,
Lendaria ilha affastada,
Jaz todo o dia sentada
N’um throno de marmor preto.

No seu palacio esculpido
N茫o entram constella莽玫es;
Os tectos dos seus sall玫es
S茫o todos d’ouro polido!

Nas largas escadarias
Sobem vassallos ao cento,
De noute sulu莽a o vento
N’aquellas tape莽arias.

E pelas largas janellas
Fechadas, sempre corridas,
Ha flores desconhecidas
Que n茫o olham as estrellas.

Na dextra segura um calix,
– Calix da D么r e da Magoa!
Onde est谩 contida a agoa
E o sangue dos nossos males!

Pelas florestas sosinhas
Escuras, sem rouxinoes,
Erram chorando os Heroes,
E as desgra莽adas Rainhas.

Seguida, 谩 noute, de servas,
Caminha, em cortejo mudo,
Rojando o negro velludo
De seu cabello nas hervas.

S贸mente ao vel-a passar
Ficam as almas surprezas;
– Ha todo um mar de tristezas
No abismo do seu olhar!