Em Cruz nĂŁo Era Acabado
As crianças viravam as folhas
dos dias enevoados
e da página do Natal
nasciam os montes prateadosda infância. Intérmina, a mãe
fazia o bolo unido e quente
da noite na boca das crianças
acordadas de repente.Torres e ovelhas de barro
que do armário saĂam
para formar a cidade
onde o menino nascia.Menino pronunciado
como uma palavra vagarosa
que terminava numa cruz
e começava numa rosa.Natal bordado por tias
que teciam com seus dedos
estradas que entĂŁo havia
para a capital dos brinquedos.E as crianças com a tinta invisĂvel
do medo de serem futuro
escreviam os seus pedidos
no muro que dava para o impossĂvel,chĂŁo de estrelas onde dançavam
a sua louca identidade
de serem no dicionário
da dor futura: saudade.
Poemas sobre Dor de Natália Correia
2 resultados Poemas de dor de Natália Correia. Leia este e outros poemas de Natália Correia em Poetris.
Cidadania
BuquĂŞ de ruĂdos Ăşteis
o dia. O tom mais pĂşrpura
do aviĂŁo sobressai
locomovida rosa pĂşblica.Entre os edifĂcios a acácia
de antigamente ainda ousa
trazer ao cimo a folhagem
sua dor de apertada coisa.Um solo de saxofone excresce
mensagem que a morte adia
aflito pássaro que enrouquece
a garganta da telefonia.Em cada bolso do cimento
uma lenta aranha de gás
manipula o dividendo
de um suicĂdio lilás.