Poemas sobre Horas de SaĂșl Dias

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Poemas de horas de SaĂșl Dias. Leia este e outros poemas de SaĂșl Dias em Poetris.

Para Todo o Sempre

O Poeta morre,
mas nĂŁo cessa de escrever.

Enquanto escreve,
vive
ressuscitando fugidias horas
mudadas em auroras…

Uma pequenina flor,
pisada por quem passa,
Ă© agora
um milagre de cor,
uma negaça
de mil desejos…

E os beijos
que nunca foram dados,
tornados tĂŁo reais…

Aquela borboleta
arrasta
infindas primaveras
no seu voo fremente…

– Uma palavra mais,
Poeta!
Uma palavra quente!
Uma palavra para todo o sempre!

A Minha Hora

Que horas sĂŁo? O meu relĂłgio estĂĄ parado,
HĂĄ quanto tempo!…
Que pena o meu relĂłgio estar parado
E eu nĂŁo poder marcar esta hora extraordinĂĄria!
Hora em que o sonho ascende, lento, muito lento,
Hora som de violino a expirar… Hora vĂĄria,
Hora sombra alongada de convento…

Hora feita de nostalgia
Dos degredados…
Hora dos abandonados
E dos que o tĂ©dio abate sem cessar…
Hora dos que nunca tiveram alegria,
Hora dos que cismam noite e dia,
Hora dos que morrem sem amar…

Hora em que os doentes de corpo e alma,
Pedem ao Senhor para os sarar…
Hora de febre e de calma,
Hora em que morre o sol e nasce o luar…
Hora em que os pinheiros pela encosta acima,
SĂŁo monges a rezar…

Hora irmĂŁ da caridade
Que dĂĄ remĂ©dio aos que o nĂŁo tĂȘm…
Hora saudade…
Hora dos Pedro Sem…
Hora dos que choram por nĂŁo ter vivido,
Hora dos que vivem a chorar alguĂ©m…

Hora dos que tĂȘm um sonho ĂĄguia mas… ai!
Águia sem asas para voar…

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