Caminhos

Para quĂŞ, caminhos do mundo,
Me atraís? — Se eu sei bem já
Que voltarei donde parto,
Por qualquer lado que vá.

Pra quê? — Se a Terra é redonda;
E, sempre, tem de cumprir-se
A sina daquela onda
Que parece vai sumir-se,

Mas que volta, bem mais débil,
Ao meio do lago, onde
A mĂŁe, gota d’água flĂ©bil,
Há muito tempo se esconde.

Pra quê? — Se a folha viçosa
Na Primavera, feliz,
Amanhã será, gostosa,
Alimento da raiz.

Pra quĂŞ, caminhos do mundo?
Pra quê, andanças sem Fim?
Se todo o sonho profundo
Deste Mundo e do Outro-Mundo,
NĂŁo ‘stá neles, mas em mim.