Poemas sobre Leis de LuĂ­s Filipe Castro Mendes

2 resultados
Poemas de leis de LuĂ­s Filipe Castro Mendes. Leia este e outros poemas de LuĂ­s Filipe Castro Mendes em Poetris.

De Esquecer

Demorei-me muito tempo ao pé de ti.
As portas fechadas por dentro, como se encerrasses
o amor e a lei. Demorei-me demais. Ao fim da tarde,
nesse mesmo dia que já morreu,
olhámo-nos devagar, mas distraídos. Diria até que anoiteceu.

Nunca falámos do amor que chega tarde.
Nem o interpelámos (como se já não pudesse
ter nome). Fingia ter esquecido o teu corpo
nas muralhas. Nas areias.

Vês aqui alguma figura? Ninguém vê.
Repara no ponto preto que alastra na margem do quadro,
nas minhas lágrimas desse tempo.
RelĂŞ.

Das Palavras

As palavras mais simples
foram as que te dei;
o amor nĂŁo sabe outras,
sĂł estas fazem lei.
As palavras de uso
mais comum e vulgar
sĂŁo as que amor conhece.
Com elas nos pensamos;
Ă© nelas que tememos
desacertos, enganos;
se nelas triunfamos,
já delas nos perdemos.
Com palavras vulgares
se diz o mal de amor,
seu riso, seu espelho,
o que fica da dor.
E todos os mistérios
que se fazem promessa
e se perdem nos versos
e dos corpos nasceram
sĂŁo aqui cerimĂłnia
evidente e secreta
nas mais simples palavras
que conhece o poeta.