O Maestro Sacode a Batuta
O maestro sacode a batuta,
A lĂąnguida e triste a mĂșsica rompe …Lembra-me a minha infĂąncia, aquele dia
Em que eu brincava ao pé dum muro de quintal
Atirando-lhe com, uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cĂŁo verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo …Prossegue a mĂșsica, e eis na minha infĂąncia
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cĂŁo verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo…Todo o teatro Ă© o meu quintal, a minha infĂąncia
EstĂĄ em todos os lugares e a bola vem a tocar mĂșsica,
Uma mĂșsica triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cĂŁo verde tornando-se jockey amarelo…
(TĂŁo rĂĄpida gira a bola entre mim e os mĂșsicos…)Atiro-a de encontra Ă minha infĂąncia e ela
Atravessa o teatro todo que estå aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cĂŁo verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal…
Poemas sobre MĂșsicos
3 resultadosEu Peneiro o EspĂrito e Crivo o Ritmo
Eu peneiro o espĂrito e crivo o ritmo
Do sangue no amor, o movimento para fora
O desabrigo completo. Peneiro os mĂșltiplos
Sentidos da palavra que sopra a sua voz
Nos pulsos. Crivo a pulsação do canto
E encontro
O silĂȘncio inigualĂĄvel de quem escutaEis porque as minhas entranhas vibram de modo igual
Ao da cĂtaraEu peneiro as entranhas e encontro a dor
De quem toca a cĂtara. A frĂĄgil raiz
De quem criva horas e horas a vida e encontra
A corda mais azul, a veia inesgotĂĄvel
De quem ama
Encontro o silĂȘncio nas entranhas de quem cantaEis porque o amor vibra no espĂrito de quem criva
O mĂșsico incompleto peneira a ideia das formas
Eu sopro a ĂĄgua viva. Crivo
O sofrimento demorado do canto
Encontro o mistério
Da cĂtara
Fuga
O mĂșsico procura
Fixar em cada verso
O cĂąntico disperso
Na luz, na ågua e no vento.Porém, luz, vento e ågua
Variam riso e mĂĄgoa,
De momento a momento.E em vĂŁo a ĂĄrea dos dedos
Se eleva! NĂŁo traduz
Os sĂșbitos segredos
Escondidos no vento,
Nas ĂĄguas e na luz…