A Humana SĂșmula
A Piedade deixaria de existir
Se não fizéssemos nós os Pobres de pedir;
E a Compaixão também acabaria
Se a todos, como nĂłs, feliz chegasse o dia.E a paz se alcança com mĂștuo terror,
AtĂ© crescer o egoĂsmo do amor:
A Crueldade tece entĂŁo a sua rede,
E lança seu isco, cuidadosa, adrede.Senta-se depois com temores sagrados,
E de lĂĄgrimas os chĂŁos ficam regados;
A raiz da Humildade ali entĂŁo se gera
Debaixo do seu pé, atenta, espera.Em breve sobre a cabeça se lhe estende
A sombra daquele Mistério que ofende;
Ă aĂ que Verme e Mosca se sustentam
Do Mistério que ambos acalentam.E o fruto que gera é o do Engano
Doce ao comer e tĂŁo malsano;
E o Corvo o seu ninho ali o faz
No mais espesso da sombra que lhe apraz.Todos os Deuses, quer da terra quer do mar,
P’la Natureza esta Ărvore foram procurar;
Mas foi em vĂŁo esta procura insana,
Esta Ărvore cresce sĂł na Mente Humana.Tradução de HĂ©lio Osvaldo Alves
Poemas sobre Pés de William Blake
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