Poeminha Sentimental
O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vĂŞm pousar as andorinhas…
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A Ăşltima que passou
Limitou-se a fazer cocĂ´
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor Ă© sempre o mesmo:
As andorinhas Ă© que mudam.
Poemas sobre Pobres de Mário Quintana
2 resultadosObsessĂŁo do Mar Oceano
Vou andando feliz pelas ruas sem nome…
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
Meu amor eu nem sei como se chama,
Nem sei se Ă© muito longe o Mar Oceano…
Mas há vasos cobertos de conchinhas
Sobre as mesas… e moças na janelas
Com brincos e pulseiras de coral…
BĂşzios calçando portas… caravelas
Sonhando imĂłveis sobre velhos pianos…
Nisto,
Na vitrina do bric o teu sorriso, AntĂnous,
E eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
De su’alma perdida e vaga na neblina…
Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
Se eu morresse amanhĂŁ, sĂł deixaria, sĂł,
Uma caixa de mĂşsica
Uma bĂşssola
Um mapa figurado
Uns poemas cheios de beleza Ăşnica
De estarem inconclusos…
Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
E eu nem sei, eu nem sei como te chamas…
Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
Quando eu também já não tiver mais nome.