Poemas sobre Poss铆vel de Ant贸nio Os贸rio

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M茫e que Levei 脿 Terra

M茫e que levei 脿 terra
como me trouxeste no ventre,
que farei destas tuas art茅rias?
Que medula, placenta,
que l谩grimas unem aos teus
estes ossos? Em que difere
a minha da tua carne?

M茫e que levei 脿 terra
como me acompanhaste 脿 escola,
o que herdei de ti
al茅m de m贸veis, p贸, detritos
da tua e outras casas extintas?
Porque guardavas
o sopro de teus av贸s?

M茫e que levei 脿 terra
como me trouxeste no ventre,
vejo os teus retratos,
seguro nos teus dezanove anos,
eu n茫o existia, meu Pai j谩 te amava.
Que fizeste do teu sangue,
como foi poss铆vel, onde est谩s?

Igni莽茫o

Meus versos, desejo-vos na rua,
nas padiolas, pelo ch茫o, encardidos
como quem ganha com eles a vida,
e o papel v谩 escurecendo ao sol,
a chuva o manche, a capa
ganhe dedadas, a companhia
aderente de um insecto,
as palavras se humildem mais
e chegue a sua vez de comoverem algu茅m
que compre, um faminto ajudando.

Meus versos, desejo-vos nas bibliotecas
itinerantes, gostar铆eis de viajar
por aldeias, praias, escolas prim谩rias,
despertar o r谩pido olhar das crian莽as,
estar nas suas m茫os
completamente indefeso
e, sobretudo, que n茫o vos compreendam.
Oxal谩 escrevam, risquem, atirem no recreio
umas 脿s outras como p茅las os livros
e sonhem, se poss铆vel, com algum verso
que s煤bito se esgueire pela sua alma.