Poemas sobre L谩grimas de Ant贸nio Os贸rio

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Poemas de l谩grimas de Ant贸nio Os贸rio. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Os贸rio em Poetris.

A Meus Filhos

A meus filhos
desejo a curva do horizonte.

E todavia deles tudo em mim desejo:
o felino gosto de ver,
o brilho chuvoso da pele,
as m茫os que desvendam e amam.

Marga,
meu fermento,
neles caminho e me procuro,
a corpo igual regresso:

ao r谩pido besouro das l谩grimas,
ao calor da boca dos c茫es,
脿 sua l铆ngua de faca afectuosa;

脿 seta que disparam os ibiscos,
脿 partida solene da cama de grades,
ao encontro, na praia, com as algas;

脿 alegria de dormir com um gato,
de ver sair das vacas o leite fumegante,
脿 chegada do amor aos quatro anos.

M茫e que Levei 脿 Terra

M茫e que levei 脿 terra
como me trouxeste no ventre,
que farei destas tuas art茅rias?
Que medula, placenta,
que l谩grimas unem aos teus
estes ossos? Em que difere
a minha da tua carne?

M茫e que levei 脿 terra
como me acompanhaste 脿 escola,
o que herdei de ti
al茅m de m贸veis, p贸, detritos
da tua e outras casas extintas?
Porque guardavas
o sopro de teus av贸s?

M茫e que levei 脿 terra
como me trouxeste no ventre,
vejo os teus retratos,
seguro nos teus dezanove anos,
eu n茫o existia, meu Pai j谩 te amava.
Que fizeste do teu sangue,
como foi poss铆vel, onde est谩s?