Poemas sobre Prazos

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Poemas de prazos escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

O Amor

I

Eu nunca naveguei, pieguĂ­ssimo argonauta
Dans les fleuves du tendre, onde há naufrágios bons,
Conduzindo Florian na tolda a tocar frauta,
E cupidinhos d’oiro a tasquinhar bombons.
Nunca ninguém me viu de capa à trovador,
Às horas em que está já Menelau deitado,
A tanger o arrabil sob os balcões em flor
Dos castelos feudais de papelĂŁo doirado.
NĂŁo canto de Anfitrite as vaporosas fraldas,
(Eu nĂŁo quero com isto, Ăł VĂ©nus, descompor-te)
Nem costumo almoçar c’roado de grinaldas,
Nem nunca pastoreei enfim, vestido Ă  corte,
De bordão de cristal e punhos de Alençon,
Borreguinhos de neve a tosar esmeraldas
Num lameiro qualquer de qualquer Trianon.
Eu não bebo ambrósia em taças cristalinas,
Bebo um vinho qualquer do Douro ou de Bucelas,
Nem vou interrogar as folhas das boninas,
Para saber o amor, o tal amor das Elas.
NĂŁo visto da poesia a tĂşnica inconsĂştil,
Pela simples razĂŁo, sob o pretexto fĂştil
De ter visto passar na rua uns pés bonitos;
Nem do meu coração eu fiz um paliteiro,
Onde venha o amor cravar os seus palitos.

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Foi Contigo que Aprendi a Amar

Foi contigo que aprendi a cidade,
sĂ­laba a sĂ­laba,
pedra, aço e lascas de cristal.

A cidade dos pássaros interditos
na ocasionalidade
de um galho por acaso.

A cidade das buganvĂ­lias
violáceas de medo,
excrescentes de lirismo.

A cidade dos pĂŁes calcetados
e dos meninos que, de
fome, os apetecem.

A cidade das culatras
inevitáveis
para o alvo que lhes sobra.

A cidade protestada a prazo
de um dia
de nunca mais.

A cidade geometrizada
na infalibilidade
dos seus labirintos.

Foi contigo, foi.
Foi contigo que aprendi a amar
desordenadamente.

Ai Flores do Verde Pino

__ Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u Ă©?

__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u Ă©?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pĂ´s comigo!
Ai Deus, e u Ă©?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u Ă©?

__ VĂłs me perguntardes polo voss’amigo,
e eu bem vos digo que Ă© san’vivo.
Ai Deus, e u Ă©?

VĂłs me perguntardes polo voss’amado,
e eu bem vos digo que Ă© viv’e sano.
Ai Deus, e u Ă©?

E eu bem vos digo que Ă© san’vivo
e seera vosc’ant’o prazo saĂ­do.
Ai Deus, e u Ă©?

E eu bem vos digo que Ă© viv’ e sano
e seera vosc’ant’o prazo passado
Ai Deus, e u Ă©?

Ai, Madre, Morro de Amor

Nom chegou, madr’, o meu amigo
e oj’est o prazo saído.
Ai, madre, moiro d’amor!

Nom chegou, madr’, o meu amado
e oj’est o prazo passado.
Ai, madre, moiro d’amor!

E oj’est o prazo saído!
Por que mentiu o desmentido?
Ai, madre, moiro d’amor!

E oj’est o prazo passado!
Por que mentiu o perjurado?
Ai, madre, moiro d’amor!

Porque mentiu o desmentido,
pesa-mi, pois per si Ă© falido.
Ai, madre, moiro d’amor!