Saudade

Tu Ʃs o cƔlix;
Eu, o orvalho!
Se me nĆ£o vales,
Eu o que valho?

Eu se em ti caio
E me acolheste
Torno-me um raio
De luz celeste!

Tu Ć©s o collo
Onde me embalo,
E acho consolo,
Mimo e regalo:

A folha curva
Que se aljofara,
NĆ£o d’agoa turva,
Mas d’agoa clara!

Quando me passa
Essa existencia,
Que Ʃ toda graƧa,
Toda innocencia,

AlƩm da raia
D’este horizonteā€”
Sem uma faia,
Sem uma fonte;

O passarinho
NĆ£o se consome
Mais no seu ninho
De frio e fome,

Se ella se ausenta,
A boa amiga,
Ah! que o sustenta
E que o abriga!

Sinto umas magoas
Que se confundem
Com as que as agoas
Do mar infundem!

E quem um dia
Passou os mares
Ɖ que avalia
Esses pezares!

SĆ³ quem lĆ” anda
Sem achar onde
Sequer expanda
A dƓr que esconde;

Longe do berƧo,

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