Uma Beleza DificĂ­lima

O silĂȘncio
abre
o coração das sombras.
Por tal sossego, as ĂĄrvores
caminham. Mas sĂŁo as mulheres quem lhes assegura
a elegĂąncia do porte.

A harmonia vem do peso da luz
sob a cabeça. Das mãos em arco: os ramos seguram.
Altas sĂŁo as folhas. Simples.
Lisa a copa.

NĂŁo hĂĄ rumor na terra.
As feras nĂŁo nasceram ainda. Apenas os peixes.
Fora de ĂĄgua
respiram.

Sim.
O mundo pode ser belo,
apesar de sĂł.

Basta-lhe o fulgor no mais escalvado da noite
e meninos esbeltos e
gelados no sol.
E uma beleza dificĂ­lima. E um cauteloso
azul nas garças abatidas pelo céu.
E um primeiro espanto,
uma primeira alegria nas fendas
em direcção
ao pĂł.