Poemas sobre SilĂȘncio de JosĂ© Paulo Moreira da Fonseca

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Poemas de silĂȘncio de JosĂ© Paulo Moreira da Fonseca. Leia este e outros poemas de JosĂ© Paulo Moreira da Fonseca em Poetris.

Adormecer

O barco parte em silĂȘncio
a alma Ă© aventura
navegar
sem cartas          sem rumo
e desta viagem nocturna
que notĂ­cias nĂŁo direi sequer a mim
[mesmo?

A Avidez da Morte

Quem nos contarĂĄ
o que o morto sabia
mas nĂŁo disse?
Quem hĂĄ-de escrever as cartas
que o morto nĂŁo escreveu?
Qual de nĂłs poderĂĄ lembrar-se
de quem só o morto ainda tinha lembrança?
Quem amarĂĄ a mulher que apenas o morto amava?

Quem hĂĄ-de medir o vazio,
a herança de silĂȘncio
que a Morte nos deixou?

Renascimento

Quando tudo te parece perdido
escuta a vida
o silĂȘncio da vida murmurando —
poderei sorver minha seiva
sob o ĂĄspero pĂł das ruĂ­nas