Lentos nos Fomos Esquecendo
Lentos nos fomos esquecendo. Quando
o tempo da velhice nos foi vindo
a tez apareceu amorenada de anos
e afeita ao espĂrito.
A lavoura sabia aos nossos passos.
AtĂ© os desperdĂcios
iluminavam debilmente o armário
e a penumbra dos rincões escritos.
Mas nós só estávamos
em nos havermos esquecido.
Ou, Ă s vezes, a aura do trabalho
quase fazia com que na mesa o sĂtio
aparecesse coroado de anos
sobre a mĂŁo a mover-se pelo seu prĂłprio espĂrito.
Poemas sobre Vez de Fernando EchevarrĂa
3 resultadosA Obra o Leva
Depois de havĂŞ-lo feito, a obra o leva
pela tarefa maior
em que quase de si e dela se desprenda
para ampliar somente a solidĂŁo.
Mas uma solidão em que tropeça
a linha, Ă s vezes, a descrever-se com
aquela claridade de paciĂŞncia
que a leva além de onde jamais andou.
Oscila, treme, timbre de tristeza
o espaço Ă volta. E o sĂtio aonde for
será cidade surdida de uma mesa
que ele fez longĂnqua. E ela o coroou.
Quando Ă© Grande o Poderio da SolidĂŁo
Quando Ă© grande o poderio
da solidĂŁo, ao seu lado
estanca a aura exterior do brilho
que a fica aĂ preservando.
Ă€s vezes, outra se avizinha. O sĂtio
da vizinhança contamina o espaço.
E uma como que luz que antecedesse o espĂrito
remove o vácuo,
de forma a ele se ir constituindo
espera de verbo. Ă‚mbito
a iluminar-se recinto
aonde as solidões, aproximando-
-se a frequĂŞncia aumentassem do alto poderio
e estancassem ao bordo granĂtico do canto.