Poemas sobre Vez de Fernando EchevarrĂ­a

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Poemas de vez de Fernando EchevarrĂ­a. Leia este e outros poemas de Fernando EchevarrĂ­a em Poetris.

Lentos nos Fomos Esquecendo

Lentos nos fomos esquecendo. Quando
o tempo da velhice nos foi vindo
a tez apareceu amorenada de anos
e afeita ao espĂ­rito.
A lavoura sabia aos nossos passos.
Até os desperdícios
iluminavam debilmente o armário
e a penumbra dos rincões escritos.
Mas nós só estávamos
em nos havermos esquecido.
Ou, Ă s vezes, a aura do trabalho
quase fazia com que na mesa o sĂ­tio
aparecesse coroado de anos
sobre a mĂŁo a mover-se pelo seu prĂłprio espĂ­rito.

A Obra o Leva

Depois de havĂŞ-lo feito, a obra o leva
pela tarefa maior
em que quase de si e dela se desprenda
para ampliar somente a solidĂŁo.
Mas uma solidão em que tropeça
a linha, Ă s vezes, a descrever-se com
aquela claridade de paciĂŞncia
que a leva além de onde jamais andou.
Oscila, treme, timbre de tristeza
o espaço à volta. E o sítio aonde for
será cidade surdida de uma mesa
que ele fez longĂ­nqua. E ela o coroou.

Quando Ă© Grande o Poderio da SolidĂŁo

Quando Ă© grande o poderio
da solidĂŁo, ao seu lado
estanca a aura exterior do brilho
que a fica aĂ­ preservando.
Ă€s vezes, outra se avizinha. O sĂ­tio
da vizinhança contamina o espaço.
E uma como que luz que antecedesse o espĂ­rito
remove o vácuo,
de forma a ele se ir constituindo
espera de verbo. Ă‚mbito
a iluminar-se recinto
aonde as solidões, aproximando-
-se a frequĂŞncia aumentassem do alto poderio
e estancassem ao bordo granĂ­tico do canto.