Sonetos sobre Altos de Glauco Mattoso

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Sonetos de altos de Glauco Mattoso. Leia este e outros sonetos de Glauco Mattoso em Poetris.

Soneto 263 A Mama Cass

Se magra Ă© minha Sandra carioca,
gordona foi Cassandra, outro tesĂŁo
das minhas fantasias, que hoje sĂŁo
lembranças se a vitrola, ao fundo, toca.

Mulher o meu desejo sĂł provoca
se for ou varapau ou balofĂŁo:
oitenta ou oito; o meio termo nĂŁo.
Por isso a Mama Cass, morta, me choca.

Um simples sanduĂ­che nos privava,
fatĂ­dico, entalado na garganta,
daquela voz famosa, que nĂŁo grava

mais coisas como aquilo que me encanta:
“Palavras de amor”. Cass, vocĂŞ foi brava!
Nenhum peso mais alto se alevanta!

Soneto 252 Qualitativo

Repito que um Ă© dote, dois Ă© dom,
mas três já é defeito, tenha dó!
Camões fez “Alma minha” e o do JacĂł:
Terceiro Ă© mui difĂ­cil ser tĂŁo bom.

A tanto inda acrescento, alto e bom som:
Falar de sentimento, por si sĂł,
nĂŁo faz de nenhum verso um pĂŁo-de-lĂł,
nem temas de bom tom sĂŁo sĂł bombom.

Fazer soneto Ă s pencas, outrossim,
não dá patente máxima a ninguém,
nem livra alguém do nível do ruim.

Fiquemos no bom senso, que mantém
a média de dois bons, até pra mim,
que, perto de Camões, sou muito aquém.