A Castidade com que Abria as Coxas
A castidade com que abria as coxas
e reluzia a sua flora brava.
Na mansuetude das ovelhas mochas,
e tão estrita, como se alargava.Ah, coito, coito, morte de tão vida,
sepultura na grama, sem dizeres.
Em minha ardente substância esvaída,
eu não era ninguém e era mil seresem mim ressuscitados. Era Adão,
primeiro gesto nu ante a primeira
negritude de corpo feminino.Roupa e tempo jaziam pelo chão.
E nem restava mais o mundo, à beira
dessa moita orvalhada, nem destino.
Sonetos sobre Dizer de Carlos Drummond de Andrade
2 resultados Sonetos de dizer de Carlos Drummond de Andrade. Leia este e outros sonetos de Carlos Drummond de Andrade em Poetris.
Sonetilho Do Falso Fernando Pessoa
Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
e que odiei ou senti.Nem Fausto nem Mefisto,
à deusa que se ri
deste nosso oaristo,eis-me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.