Soneto 278 A Salvador Dali
Pra mim, Picasso perto dele Ă© pinto.
Qual cubo nem Guernica! O catalĂŁo
pÎs fogo na girafa, e då lição
de como vocĂȘ pinta como eu pinto.RelĂłgios derreteu, deu ao recinto
bagunça formidåvel de ilusão.
Bigodes retorceu, e a posição
do Cristo subverteu: estilo extinto.Talvez fez na pintura o que GaudĂ
ergueu, fenomenal, na arquitetura:
delĂrio, porĂ©m nĂtido. NĂŁo vino sĂ©culo atual maior textura
que o fruto da estranheza de Dali,
o gĂȘnio do ocular na cor. Loucura!
Sonetos sobre Génios de Glauco Mattoso
2 resultados Sonetos de génios de Glauco Mattoso. Leia este e outros sonetos de Glauco Mattoso em Poetris.
Soneto 253 A Renato Russo
Embora original, gĂȘnio, perito,
do nosso rock um raro uirapuru,
vivia ensimesmado e jururu,
talvez por nĂŁo ser grego nem bonito.Entendo a sua angĂșstia e o seu conflito,
meu Ădolo, meu mĂĄrtir, meu guru!
Causou vocĂȘ, primeiro, um sururu;
depois, tristeza, e entĂŁo calou seu grito.Respeito quem Ă© triste, ou aparenta.
Os outros grandes brincam: Raul, Rita,
ou cospem mera raiva barulhenta.Cazuza também brinca, mas medita.
Arnaldo Antunes testa, experimenta.
Renato faz da dor a dor: maldita!