Enterro de Ophelia
Morreu, Vae a dormir, vae a sonhar… Deixal-a!
(Fallae baixinho: agora mesmo se ficou…)
Como padres orando, os choupos formam ala,
Nas margens do ribeiro onde ella se afogou…Toda de branco vae, n’esse habito de opala,
Para um convento: n茫o o que o Hamlet lhe indicou,
Mas para um outro, horror! que tem por nome Valla,
D’onde jamais saiu quem, l谩, uma vez entrou!…O lindo Por-do-Sol, que era doido por ella,
Que a perseguia sempre, em palacio e na rua,
Vede-o, coitado! mal pode suster a vela…Como damas de honor, nymphas seguem-lhe os rastros,
E, assomando no c茅u, sua Madrinha, a Lua,
Por ella vae desfiando as suas contas, Astros!
Sonetos sobre Mal de Ant贸nio Nobre
2 resultados Sonetos de mal de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.
Natal d’um Poeta
Em certo reino, 谩 esquina do planeta,
Onde nasceram meus Av贸s, meus Paes,
Ha quatro lustres, viu a luz um poeta
Que melhor f么ra n茫o a ver jamais.Mal despontava para a vida inquieta,
Logo ao nascer, mataram-lhe os ideaes,
A falsa-f茅, n’uma trai莽茫o abjecta,
Como os bandidos nas estradas reaes!E, embora eu seja descendente, um ramo
D’essa arvore de Heroes que, entre perigos
E guerras, se esfor莽aram pelo ideal:Nada me importas, Paiz! seja meu amo
O Carlos ou o Z茅 da Th’reza… Amigos,
Que desgra莽a nascer em Portugal!