Estoicismo

(A Manoel Duarte de Almeida)

Tu que nĆ£o crĆŖs, nem amas, nem esperas,
EspĆ­rito de eterna negaĆ§Ć£o,
Teu hĆ”lito gelou-me o coraĆ§Ć£o
E destroƧou-me da alma as primaveras…

Atravessando regiƵes austeras,
Cheias de noite e cava escuridĆ£o,
Como n’um sonho mau, sĆ³ oiƧo um nĆ£o,
Que eternamente ecoa entre as esferas…

ā€” Porque suspiras, porque te lamentas,
Cobarde coraĆ§Ć£o? Debalde intentas
OpĆ“r Ć” Sorte a queixa do egoĆ­smo…

Deixa aos tĆ­midos, deixa aos sonhadores
A esperanƧa vĆ£, seus vĆ£os fulgores…
Sabe tu encarar sereno o abismo!