Viverás, que da Pena a Força Emana
Ou pra fazer-te o epitáfio vivo,
ou vives mais e a terra me apodrece.
Tua memĂłria a morte deste arquivo
não tira, mas de mim o resto esquece.Aqui terá o teu nome imortal gala,
indo eu, hei-de ficar do mundo oculto,
sĂł pode dar-me a terra comum vala,
no olhar dos homens tu serás sepulto.Meus versos monumento te serão
que hĂŁo-de ler e reler olhos a vir
e as lĂnguas a haver repetirĂŁoo que Ă©s, quando já ninguĂ©m respire.
Viverás, que da pena a força emana,
onde o sopro mais sopra, em boca humana.
Sonetos sobre Ninguém de William Shakespeare
2 resultados Sonetos de ninguém de William Shakespeare. Leia este e outros sonetos de William Shakespeare em Poetris.
És Música e a Música Ouves Triste?
És música e a música ouves triste?
Doçura atrai doçura e alegria:
porque amas o que a teu prazer resiste,
ou tens prazer sĂł na melancolia?se a concĂłrdia dos sons bem afinados,
por casados, ofende o teu ouvido,
sĂŁo-te branda censura, em ti calcados,
porque de ti deviam ter nascido.VĂŞ que uma corda a outra casa bem
e ambas se fazem mĂştuo ordenamento,
como marido e filho e feliz mĂŁeque, todos num, cantam de encantamento:
É canção sem palavras, vária e em
unĂssono: “sĂł nĂŁo serás ninguĂ©m”.