A InocĂȘncia
Caminhando no mundo vai segura
A InocĂȘncia, com grave firme passo.
Sem temor de cair no infame laço
Que arma a traidora mĂŁo, a mĂŁo perjura.Como nĂŁo obra mal, nem mal procura
Para os seus semelhantes, corre o espaço
Sem lança, sem arnĂȘs, sem peito de aço,
Armada sĂł de consciĂȘncia pura.Pois que ofensa nĂŁo faz, nĂŁo teme ofensa
E por isso passeia, satisfeita,
Sem as feras temer na selva densa.TraiçÔes, ódios, vinganças não espreita.
Certa no bem que faz, sĂł nele pensa:
Quem remorsos nĂŁo tem, mal nĂŁo suspeita.
Sonetos sobre Ofensas de Francisco Joaquim Bingre
2 resultados Sonetos de ofensas de Francisco Joaquim Bingre. Leia este e outros sonetos de Francisco Joaquim Bingre em Poetris.
JuĂzo
Quando, nos quatro Ăąngulos da Terra,
Troarem as trombetas ressurgentes,
Despertadoras dos mortais dormentes,
Por onde um Deus irado aos homens berra:Prontos, num campo, em apinhada serra,
Todos nus assistir devem viventes
Ao JuĂzo Final e ver, patentes,
Seus delitos, que um livro eterno encerra.EntĂŁo, aberto o CĂ©u, e o Inferno aberto,
Todos ali verĂŁo: e a sorte imensa
Duma mĂĄgoa sem fim, dum gozo certo.VerĂŁo recto juiz pesar a ofensa
Na balança integral, e o justo acerto,
Dando da vida e morte igual sentença.