Sonetos sobre OpressĂŁo

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Sonetos de opressão escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Neste HorrĂ­vel Sepulcro Da ExistĂȘncia

Neste horrĂ­vel sepulcro da existĂȘncia
O triste coração de dor se parte;
A mesquinha razĂŁo se vĂȘ sem arte,
Com que dome a frenĂ©tica impaciĂȘncia:

Aqui pela opressĂŁo, pela violĂȘncia
Que em todos os sentidos se reparte,
TransitĂłrio poder que imitar-te,
Eterna, vingadora omnipotĂȘncia!

Aqui onde o peito abrange, e sente,
Na mais ampla expressĂŁo acha estreiteza,
Negra idéia do abismo assombra a mente.

Difere acaso da infernal tristeza
Não ver terra, nem céu, nem mar, nem gente,
Ser vivo, e nĂŁo gozar da Natureza ?

Octavio

Toca a boca, olha as coisas abstrato
Percorre da varanda os quatro cantos
E tirando do corpo um carrapato
Imagina o romance mil e tantos…

Logo apĂłs olha o mundo e o vĂȘ morrendo
Sob a opressĂŁo tirĂąnica do mal
E como um passarinho, vai correndo…
Escrever um tratado social

É amigo de um “braço” na poesia
E de um outro que Ă© sĂł filosofia
E de um terceiro, romancista: veja

Quanto livro a escrever ainda teria
O ditador Octavio de Faria
Sob o signo cristĂŁo da nova Igreja…

LusitĂąnia Querida

LusitĂąnia querida! Se nĂŁo choro
Vendo assim lacerado o teu terreno,
NĂŁo Ă© de ingrata filha o dĂł pequeno;
Rebeldes julgo os ais, se te deploro.

Admiro de teus danos o decoro.
Bebeu SĂłcrates firme seu veneno;
E em qualquer parte do perigo o aceno
Encontra e cresce o teu valor, que adoro.

Mais que a vitĂłria vale um sofrer belo;
E assaz te vingas de opressÔes fatais,
Se arrasada te vĂȘs, sem percebĂȘ-lo.

Povos! a independĂȘncia que abraçais
Aplaude, alegre, o estrago, e grita ao vĂȘ-lo:
“RuĂ­na sim, mas servidĂŁo jamais!”