Sonetos sobre Tortura de Ant贸nio Nobre

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Sonetos de tortura de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.

S锚 de Pedra!

N茫o reparaste nunca? Pela aldeia,
Nos fios telegraphicos da estrada,
Cantam as aves, desde que o sol nada,
E, 谩 noite, se faz sol a lua cheia…

No entanto, pelo arame que as tenteia,
Quanta tortura vae, n’uma ancia alada!
O Ministro que joga uma cartada,
Alma que, 谩s vezes, d’al茅m-mar anceia:

– Revolu莽茫o! – Inutil. – Cem feridos,
Setenta mortos. – Beijo-te! – Perdidos!
– Emfim, feliz! – ?- ! – Desesperado. -Vem!

E as lindas aves, bem se importam ellas!
Continuam cantando, tagarellas:
Assim, Antonio! deves ser tambem.

Paz!

E a Vida foi, e 茅 assim, e n茫o melhora.
Esfor莽o inutil, cr锚! Tudo 茅 illuz茫o…
Quantos n茫o scismam n’isso mesmo a esta hora
Com uma ta莽a, ou um punhal na m茫o!

Mas a Arte, o Lar, um filho, Antonio? Embora!
Chymeras, sonhos, bolas de sab茫o.
E a tortura do al茅m e quem l谩 mora!
Isso 茅, talvez, minha unica afflic莽茫o…

Toda a dor pode suspportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva… essa que traz…

Mas uma n茫o: 茅 a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar n’esse convento
Que ha al茅m da Morte e que se chama A Paz!