Sonetos sobre Vinho de Ant贸nio Nobre

2 resultados
Sonetos de vinho de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.

脫 Virgens!

脫 virgens que passaes, ao sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma can莽茫o ardente
Que me transporte ao meu perdido lar…

Cantae-me, n’essa voz omnipotente,
O sol que tomba, aureolando o mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a gra莽a, a formozura, o luar!

Cantae! cantae as limpidas cantigas!
Das ruinas do meu lar desatterrae
Todas aquellas illuz玫es antigas

Que eu vi morrer n’um sonho, como um ai…
脫 suaves e frescas raparigas;
Adormecei-me n’essa voz… Cantae!

Tempestade!

O meu beliche 茅 tal qual o bercinho,
Onde dormi horas que n茫o v锚m mais.
Dos seus embalos j谩 estou cheiinho:
Minha velha ama s茫o os vendavaes!

Uivam os ventos! Fumo, bebo vinho.
O vapor treme! Abra莽o a Biblia, aos ais…
Covarde! Que dir谩 teu Av么zinho,
Que foi moreante? Que dir茫o teus Paes?

Coragem! Considera o que has soffrido,
O que soffres e o que ainda soffrer谩s,
E ve, depois, se accaso 茅 permittido

Tal medo 谩 Morte, tanto apego ao mundo:
Ah! f么ra bem melhor, v谩s onde v谩s,
Antonio, que o paquete fosse ao fundo!