Textos sobre Apaixonados de Bertrand Russell

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Textos de apaixonados de Bertrand Russell. Leia este e outros textos de Bertrand Russell em Poetris.

A Grande RenĂșncia

Cedo ou tarde, a todo o homem chega a grande renĂșncia. Para o jovem nĂŁo existe nada inalcançåvel. Que algo bom e desejado com toda a força de uma vontade apaixonada seja impossĂ­vel, nĂŁo lhe parece crĂ­vel. Mas, ou por meio da morte ou da doença, da pobreza ou da voz do dever, cada um de nĂłs Ă© forçado a aprender que o mundo nĂŁo foi feito para nĂłs e que, nĂŁo importa quĂŁo belas as coisas que almejamos, o destino pode, nĂŁo obstante, proibi-las. É parte da coragem, quando a adversidade vem, suportĂĄ-la sem lamentar a derrocada das nossas esperanças, afastando os nossos pensamentos de vĂŁos arrependimentos. Esse grau de submissĂŁo (…) nĂŁo Ă© somente justo e correcto: ele Ă© o portal da sabedoria.

A (Må-)Emoção Controlada Pela Razão

HĂĄ a ideia de que quando se concede Ă  razĂŁo inteira liberdade ela destrĂłi todas as emoçÔes profundas. Esta opiniĂŁo parece-me devida a uma concepção inteiramente errada da função da razĂŁo na vida humana. NĂŁo Ă© objectivo da razĂŁo gerar emoçÔes, embora possa ser parte da sua função descobrir os meios de impedir que tais emoçÔes sejam um obstĂĄculo ao bem-estar. Descobrir os meios de dminuir o Ăłdio e a inveja Ă© sem dĂșvida parte da função da psicologia racional. Mas Ă© um erro supor que diminuindo essas paixĂ”es, diminuiremos ao mesmo tempo a intensidade das paixĂ”es que a razĂŁo nĂŁo condena.
No amor apaixonado, na afeição dos pais, na amizade, na benevolĂȘncia, na devoção Ă s ciĂȘncias ou Ă s artes, nada hĂĄ que a razĂŁo deseje diminuir. O homem racional, quando sente essas emoçÔes, ficarĂĄ contente por as sentir e nada deve fazer para diminuir a sua intensidade, pois todas elas fazem parte da verdadeira vida, isto Ă©, da vida cujo objectivo Ă© a felicidade, a prĂłpria e a dos outros. Nada hĂĄ de irracional nas paixĂ”es como paixĂ”es e muitas pessoas irracionais sentem sĂłmente as paixĂ”es mais triviais. NinguĂ©m deve recear que ao optar pela razĂŁo torne triste a vida.

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