O Nascedouro do EspĂ­rito

Tudo o que aqui escrevo Ă© forjado no meu silĂȘncio e na penumbra. Vejo pouco, ouço quase nada. Mergulho enfim em mim atĂ© o nascedouro do espĂ­rito que me habita. Minha nascente Ă© obscura. Estou escrevendo porque nĂŁo sei o que fazer de mim. Quer dizer: nĂŁo sei o que fazer com meu espĂ­rito. O corpo informa muito. Mas eu desconheço as leis do espĂ­rito: ele vagueia. Meu pensamento, com a enunciação das palavras mentalmente brotando, sem depois eu falar ou escrever — esse meu pensamento de palavras Ă© precedido por uma instantĂąnea visĂŁo, sem palavras, do pensamento — palavra que se seguirĂĄ, quase imediatamente — diferença espacial de menos de um milĂ­metro. Antes de pensar, pois, eu jĂĄ pensei.