Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim. Vivo me perdendo de vista.
Passagens de Clarice Lispector
1250 resultadosEstava rindo, quente, quente…
Fotografia é o retrato de um côncavo, de uma falta, de uma ausência.
Sempre fui uma tímida muito ousada.
Tulipa só é tulipa na Holanda. Uma única tulipa simplesmente não é. Precisa de campo aberto para ser.
Simplesmente descobrir de súbito que pensar não é natural.
Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.
Ocupei-me o tempo todo para disfarçar a saudade.
Eu sempre quis atingir um estado de paz e de não-luta. Eu pensava que era o estado ideal. Mas acontece que – que sou eu sem a minha luta? Não, não sei ter paz.
E morre-se, sem menos uma explicação. E o pior – vive-se, sem ao menos uma explicação.
Não se pode dar uma prova de existência do que é mais verdadeiro, o jeito é acreditar. Acreditar chorando.
Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.
Que importa o sentido? O sentido sou eu.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer…
Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio por isso não envaidece.
Será que só eu sinto a sensação de estar sempre faltando algo?
Toda vida é uma missão secreta…
Ser um ser permissível a si mesmo é a glória de existir. Poder dizer a si mesmo com vergonha e canhestramente: eu a ti também te amo um pouco.
Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.
Não estou à altura de ficar no paraíso porque o paraíso não tem gosto humano.